quarta-feira, novembro 23, 2005

The Penelopes - Eternal Spring



O Narita decidiu também dar alguns conselhos para futuras viagens musicais pelos céus do País do Sol Nascente. A primeira proposta são os The Penelopes com o seu último album de 2003.

Criados em 1993 por Tatsuhibo Watanake, os The Penelopes (nome retirado da série dos anos 70, Thunderbirds) são uma banda pop com influências da brit-pop dos anos 60 e 80, e mais recentemente da pop vinda dos países nórdicos. Juntamente com Watanake estão, a baixista Chigusa Miyata e o baterista Kazuki Nashimoto.

Tatsuhiko Watanabe, o líder da banda e autor quase de todos os temas deste sexto trabalho dos The Penelopes "Eternal Spring", um disco bastante leve onde as melodias simples e harmoniosas são acompanhadas por letras inocentes e que fazem com que este estilo Indie japonês seja atraente e que facilmente nos leva sem que ofereçamos qualquer resistência.

Eternal Spring, traz-nos muitos momentos agradáveis com várias músicas em formato lo-fi. São perfeitamente visíveis as influências do beat britânico, do movimento flower power e das consequentes leituras que se fizeram da pop com o new wave. Este disco fala-nos de coisas banais e mundanas, pessoas que passam na nossa vida, confissões amorosas e a chegada da primavera (uma data especial para os japoneses) com o tema "Eternal Spring" e que dá nome ao título do album.

São várias as canções que nos fazem recordar outros temas. Logo a abrir o album "Vehicle", relembra-nos os coros dos The Temptations com o clássico tema "My Girl", "Let's Get Going Again," são os anos 60 por exelência, o sinistro "From Head to toe", um dos melhores temas do disco, "Girld With a Golden Heart" a "cheirar-nos" ao sol da Califórnia, "Mrs. Meadow Rue", com uma leve influência à mítica banda de Liverpool, os Beatles, "Twinkle in the Rain" soa-nos a uma voz masculina à lá Elizabeth Frazer (Cocteau Twins), e uma confissão amorosa em "Split Milk", música que fecha este album pop de uma das mais importantes bandas do país do Sol Nascente.

Cada música do album é uma nova influência, e ao escutá-las inconscientemente fazemos um jogo para adivinhar de onde veio este ou aquele acorde. Algumas faixas de Eternal Spring tem um efeito atractivo pela simplicidade das canções que são alegres e naifs, também notamos a "falta" de som propositado em alguns dos temas, o que ajuda para criar um ambiente retro. As vocalizações e a sonoridade dos instrumentos estão em perfeito uníssono.

Eternal Spring é para se ouvir em tardes nostálgicas de inverno e um disco que não desiludirá aos fãs do estilo lo-fi.

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